Ser emigrante é ser de dois países mas não
ser de nenhum, porque no nosso pais de origem somos emigras e no de destino
imigras.
Ser emigrante é ficar extasiado cada vez que aparece um
amigo de longa data para jantar e depois de 2horas de conversa percebemos que
tudo continua igual apesar da distância.
Ser emigrante é passar a vida a ver promoções
nas companhias aéreas porque apesar de não nos arrependermos de termos emigrado
continuamos com saudades de “casa”.
É fazer os pedido mais estapafúrdios a
quem nos visita, porque temos saudades de algo tão simples Pão de Deus.
É ir de malas cheias de coisas diferentes e
voltar com elas cheias de coisas familiares.
É tentar falar com todos os que nos são
queridos mas não haver tempo, porque também andamos na azáfama do dia-a-dia e apesar de termos
saudades só nos apetece sentar no sofá e ficar sossegados, mas não, ligamos o Skype para dizer aos nossos o quanto os amamos.
Ser emigrante é valorizar o que temos neste
momento desejando que tudo fosse exactamente igual, mas noutro lado.
É ligar ao pai para saber se na opinião dele houve ou não penalti, ligar à mãe para saber como se faz aquela receita, fazer inveja aos irmãos porque se fez a sobremesa que eles tanto adoram e receber um e-mail dos sogros a gozar com a minha aptidão para cair de bicicleta.
Não é fácil mas tenho uma vida muito melhor e perspectivas de constituir família num país em que me identifico com a cultura de estudo e trabalho...
Um dia que não me sinta bem ou não esteja bem, volto!