O fim do anonimato na doação de gâmetas tem levantado muitas dúvidas, incertezas e preocupação, tanto por profissionais como por casais que estão dependentes de doações.
Em Portugal já existia um déficit de gâmetas, sendo prática comum a compra de outros países, agora o receio é que acabe por haver ainda menos doações o que vai encarecer ainda mais os tratamentos.
Na Holanda quando se antecipava a aprovação da lei as doações caíram drasticamente para praticamente 0 e as listas de espera no banco nacional passaram a ser de 2anos.
Eu sou contra a alteração da lei, mas quanto a isso nada há a fazer no imediato, agora outra polémica é que não ficou explícito se há efeitos retroativos ou não. Mas não será inconstitucional pessoas que doaram os gâmetas em anonimato, gâmetas que foram usados e geraram vida, agora virem a ser abrangidos por esta alteração?
Por via das dúvidas os centros de procriação medicamente assistida estão a contactar dadores para saber a sua posição e se podem continuar com os processos em curso ou não.
A infertilidade já é algo difícil de lidar, há imensos custos associados para a maioria dos casais, o stress e a pressão emocional é enorme, consome muito das pessoas e agora, como se não bastasse, ainda tiveram os tratamentos em standby porque não se sabe o que fazer...